No segundo trimestre de 2024, a economia do Brasil permaneceu resiliente, com o PIB real aumentando 2,1% ano a ano em maio. Esse crescimento foi impulsionado principalmente pelo setor de serviços, que se expandiu 2,5%, compensando uma contração de 3,1% no setor agrícola. No entanto, apesar dessa perspectiva positiva, a taxa de crescimento anualizada em três meses foi de apenas 1,1%, sinalizando uma possível desaceleração. Parte da fraqueza pode ser atribuída às enchentes devastadoras no Rio Grande do Sul, que interromperam a produção e o transporte.
Excluindo os efeitos dessas enchentes, a perspectiva econômica provavelmente seria mais forte. A economia brasileira continua apoiada por um mercado de trabalho apertado e uma recuperação dos investimentos empresariais. A taxa de desemprego caiu para seu nível mais baixo desde 2014, ficando em 6,9% em maio, com o crescimento do emprego acelerando para 2,9% ano a ano. O setor privado, em particular, mostrou forte crescimento, com o emprego aumentando 4,5%. Os salários em ascensão, com aumento de 5,6% em termos reais, impulsionaram a confiança do consumidor, traduzindo-se em um aumento de 7,0% nas vendas no varejo, especialmente em setores como alimentos, veículos e produtos farmacêuticos.
No entanto, há riscos para esse crescimento. Apesar dos sinais positivos, preocupações com a inflação e desequilíbrios fiscais permanecem. A inflação foi registrada em cerca de 4% em maio, e o aumento dos salários pode alimentar novos aumentos de preços. Em resposta, o crescimento da produtividade, que estava estagnado no início de 2024, precisará melhorar para equilibrar os aumentos salariais e evitar pressões inflacionárias descontroladas.